A Gestão Estratégica de Recursos Humanos diante do aumento de desertores no exército ucraniano: reflexões e possíveis soluções
No final de outubro deste ano, o Financial Times divulgou uma reportagem alarmante sobre o aumento no número de desertores no exército ucraniano. Nos primeiros 10 meses de 2021, mais soldados abandonaram suas posições do que nos dois anos anteriores, evidenciando a dificuldade de Kiev em repor suas fileiras da linha de frente enquanto a Rússia continua a avançar no leste do país.
A situação é tão grave que os promotores ucranianos abriram 60.000 casos contra soldados por abandonarem suas posições apenas neste ano, número quase duas vezes maior do que os registrados em 2020 e 2021 juntos. Além disso, o aumento nas deserções está agravando ainda mais a situação, pois os soldados que permanecem na linha de frente se veem obrigados a lutar por períodos mais longos e sem descanso, levando a um alto índice de baixas e aumentando o medo e a exaustão das tropas.
Neste cenário, a Gestão de Recursos Humanos do exército ucraniano enfrenta um momento desafiador. Como lidar com a escassez de soldados, a baixa moral e o desgaste físico e psicológico das tropas? Quais estratégias podem ser adotadas para recrutar e manter os soldados na linha de frente? E como evitar que a situação se agrave ainda mais?
Neste artigo, vamos refletir sobre o papel da Gestão de Recursos Humanos diante do aumento de desertores no exército ucraniano e apresentar possíveis soluções para lidar com essa situação preocupante.
Desafios da Gestão de Recursos Humanos no exército ucraniano
A primeira questão a ser abordada é o motivo pelo qual tantos soldados estão desertando do exército ucraniano. De acordo com a reportagem do Financial Times, algumas das principais razões são a falta de armas e treinamento adequado, além da exaustão e do medo de lutar em uma guerra que parece interminável.
Neste sentido, a Gestão de Recursos Humanos tem um papel fundamental em garantir que os soldados tenham as condições necessárias para desempenhar suas funções e se sintam motivados e engajados com sua missão. A falta de armas e treinamento adequado, por exemplo, pode ser solucionada por meio de investimentos em equipamentos e programas de capacitação, além de uma gestão eficiente do orçamento destinado ao exército.
Já a exaustão e o medo podem ser combatidos por meio de uma gestão humanizada e estratégias que garantam o bem-estar dos soldados. É preciso entender que esses homens e mulheres estão se arriscando em prol de seu país e, por isso, merecem condições adequadas de trabalho e suporte emocional para enfrentar as dificuldades da guerra.
Outro desafio enfrentado pela Gestão de Recursos Humanos no exército ucraniano é a idade mínima para recrutamento, que atualmente é de 25 anos. Diante da escassez de soldados, os EUA já pediram para que a idade seja revisada para 18 anos, o que poderia aumentar o número de recrutas e suprir a demanda por soldados.
No entanto, é preciso considerar que recrutar jovens de 18 anos pode trazer outras questões relacionadas à inexperiência e imaturidade, além do impacto emocional que a guerra pode ter sobre eles. Por isso, é importante que a Gestão de Recursos Humanos trabalhe em conjunto com a liderança do exército para encontrar um equilíbrio entre a necessidade de mais soldados e a segurança e bem-estar dos jovens recrutas.
Possíveis soluções para lidar com a situação
Uma das principais soluções que vêm sendo adotadas pelo governo ucraniano é o aumento do recrutamento. A intenção é recrutar cerca de 160.000 soldados nos próximos três meses. No entanto, é preciso que esse processo seja feito com responsabilidade e planejamento, pois simplesmente aumentar o número de soldados não garante uma melhoria na situação.
Além disso, é preciso trabalhar na retenção dos soldados que já estão no exército. O parlamento ucraniano votou recentemente para enfraquecer as punições para desertores, permitindo que as acusações sejam retiradas contra aqueles que retornarem às unidades. Essa medida pode ser um incentivo para que os soldados que desertaram retornem às suas posições e continuem a servir ao país.
Outra solução é investir em ações que melhorem a qualidade de vida dos soldados, como oferecer melhores condições de moradia e alimentação, além de programas de suporte emocional e acompanhamento psicológico. Além disso, é importante garantir que os soldados tenham períodos de descanso adequados e se sintam valorizados e reconhecidos pelo seu trabalho.
Por fim, é fundamental que a Gestão de Recursos Humanos trabalhe em conjunto com a liderança do exército para criar uma cultura de respeito e valorização dos soldados. Muitos dos desertores alegam terem sido maltratados e humilhados por seus superiores, o que pode ser um fator decisivo para abandonarem suas posições. É preciso eliminar essa prática e promover uma liderança ética e respeitosa, que inspire e motive os soldados a permanecerem na linha de frente.
Conclusão
Em suma, a Gestão de Recursos Humanos do exército ucraniano enfrenta um momento desafiador diante do aumento de desertores. No entanto, é preciso lembrar que esses soldados são seres humanos e merecem ser tratados com dignidade e respeito. Investir em melhores condições de trabalho, programas de capacitação e suporte emocional, além de uma liderança ética e respeitosa, pode ser a chave para reduzir o número de desertores e fortalecer as tropas ucranianas na luta contra a Rússia.
Cabe ao governo e às autoridades militares trabalharem em conjunto com a Gestão de Recursos Humanos para encontrar soluções efetivas e garantir