Qual o valor que um advogado previdenciário cobra?

Artigo sobre Direito

Introdução ao trabalho do advogado previdenciário

O advogado previdenciário desempenha um papel essencial no processo de obtenção de benefícios junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e em questões relacionadas ao Direito Previdenciário. Este profissional é responsável por orientar e representar seus clientes em processos administrativos e judiciais, garantindo que seus direitos sejam respeitados. Com base nisso, uma das dúvidas mais comuns entre pessoas que precisam desse tipo de serviço é: qual o valor que um advogado previdenciário cobra? Para responder a essa questão, é necessário compreender os fatores que influenciam a precificação, os tipos de cobrança mais utilizados e as normas aplicáveis à profissão.

Principais modalidades de cobrança usadas por advogados previdenciários

1. Cobrança por honorários de êxito

A cobrança por honorários de êxito, ou honorários de sucesso, é uma prática comum entre advogados previdenciários. Nesse modelo, o cliente apenas pagará os honorários ao advogado caso o benefício seja concedido ou o caso tenha um desfecho positivo. Esse valor geralmente é calculado como um percentual sobre os valores atrasados que o cliente receberá no processo.

Normalmente, esse percentual varia entre 20% e 30%, mas pode haver variações dependendo da complexidade do caso, do tribunal em questão e do acordo firmado entre o advogado e o cliente. Uma vantagem desse modelo é que ele proporciona maior acessibilidade ao cliente, uma vez que não exige pagamento inicial.

2. Cobrança por honorários iniciais

Em alguns casos, os advogados previdenciários optam por cobrar honorários iniciais, que correspondem a um valor fixo pago no início da contratação. Esse valor cobre os custos preliminares do trabalho, como o levantamento de documentos, a análise jurídica do caso e a elaboração de peças processuais. Esse modelo pode ser usado em conjunto com os honorários de êxito ou de forma isolada, dependendo do acordo.

O montante desses honorários iniciais é variável, podendo oscilar entre R$ 1.500,00 e R$ 5.000,00 ou mais, conforme o grau de complexidade do caso e a quantidade de trabalho exigida. Contudo, os valores devem ser estabelecidos de forma justa e compatível com a tabela de honorários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

3. Honorários mensais ou por consulta

Outra possibilidade é a cobrança por consulta ou por mensalidade. No caso de consultas, o advogado previdenciário pode cobrar um valor fixo por cada reunião ou análise jurídica, que geralmente varia entre R$ 200,00 e R$ 500,00 por hora.

Já os honorários mensais podem ser combinados para casos que demandem acompanhamento contínuo, como a revisão de benefícios ou disputas prolongadas. Esse modelo é usado com menos frequência, mas oferece flexibilidade em determinadas situações.

O impacto da tabela de honorários da OAB

Os advogados, inclusive os especializados no Direito Previdenciário, devem observar as diretrizes da tabela de honorários estipuladas pela seccional da OAB de seu estado. Essa tabela orienta os profissionais quanto aos valores mínimos recomendados para a prestação de seus serviços.

Embora a tabela de honorários não tenha poder de obrigatoriedade e permita certa margem de negociação entre advogado e cliente, ela serve como um parâmetro para evitar preços abusivos ou desproporcionais. Além disso, a OAB proíbe que advogados cobrem honorários excessivamente baixos, prática conhecida como “aviltamento de honorários”.

Fatores que influenciam o valor cobrado pelo advogado previdenciário

1. Complexidade do caso

Casos que demandam maior análise jurídica, busca de documentos ou litígios prolongados podem gerar honorários mais altos. Questões simples, como requerimentos administrativos sem necessidade de judicialização, tendem a ter custos menores.

2. Tempo de duração do processo

Um fator significativo na precificação é o tempo que o advogado previdenciário precisará dedicar ao caso. Processos judiciais podem levar anos para serem concluídos, o que reflete no esforço e nos custos envolvidos.

3. Região geográfica

O local de atuação do advogado também pode influenciar o valor cobrado. Em grandes centros urbanos, os custos operacionais e o nível de concorrência tendem a ser maiores, elevando, consequentemente, os honorários. Por outro lado, em regiões menores, os valores médios podem ser mais baixos.

4. Reputação e experiência do advogado

Advogados que possuem anos de experiência, especializações e alta taxa de sucesso em casos previdenciários tendem a cobrar valores mais elevados. Sua expertise muitas vezes confere maior segurança jurídica ao cliente.

5. Tipo de benefício previdenciário

Determinados benefícios, como aposentadorias ou pensões por morte, podem exigir menor esforço jurídico do que revisões de benefícios ou concessões por invalidez, que frequentemente envolvem maior quantidade de provas e análises técnicas.

O que dizem as normas éticas e legais

A advocacia é uma profissão regida por um conjunto de normas éticas e legais estabelecidas pelo Estatuto da Advocacia e normas complementares da OAB. Uma das diretrizes fundamentais é a proibição de cobrança de honorários que comprometam integralmente o recebimento do benefício previdenciário pelo cliente.

Por exemplo, o Código de Ética e Disciplina da OAB prevê que os honorários advocatícios não podem ser fixados em patamares que inviabilizem o sustento do cliente após o término do processo. Da mesma forma, honorários equivalentes a percentuais exorbitantes sobre os valores atrasados podem ser considerados irregulares.

Transparência e comunicação clara são princípios essenciais. Advogados devem explicar detalhadamente ao cliente como será feita a cobrança, quais valores serão pagos caso o caso tenha êxito e quais despesas adicionais podem surgir no decorrer do processo.

Como escolher um advogado previdenciário?

A escolha do advogado previdenciário deve levar em conta aspectos como experiência, especialização e reputação. O cliente deve procurar profissionais que transmitam confiança e que ofereçam prognósticos claros sobre seu caso. Verificar a regularidade do advogado junto à OAB e buscar recomendações são passos importantes para evitar problemas futuros.

Além disso, é recomendável analisar o contrato de prestação de serviços com atenção e tirar todas as dúvidas antes de assinar. O contrato deverá conter informações detalhadas sobre os honorários e as condições de pagamento.

Conclusão

O valor que um advogado previdenciário cobra pode variar amplamente de acordo com fatores como a complexidade do caso, a modalidade de cobrança escolhida e sua experiência profissional. Em regra, os honorários advocatícios seguem práticas de mercado e as orientações da OAB, garantindo tanto a viabilidade para o cliente quanto a remuneração justa do trabalho realizado. Na hora de contratar um advogado previdenciário, é crucial avaliar cuidadosamente suas qualificações e manter uma comunicação transparente sobre os valores a serem cobrados. Dessa forma, é possível garantir um acompanhamento profissional adequado e eficaz para assegurar os direitos previdenciários do cliente.

Perguntas e respostas frequentes

1. Um advogado previdenciário cobra apenas se o caso for concluído com êxito?

Não necessariamente. O mais comum é que o advogado cobre honorários de êxito, mas ele também pode cobrar honorários iniciais ou por consulta, de acordo com o contrato firmado.

2. Existe um valor fixo para os honorários dos advogados previdenciários?

Não, os honorários variam conforme a complexidade do caso, a experiência do advogado e outras condições. No entanto, a tabela de honorários da OAB serve como parâmetro para a definição dos valores.

3. Quais fatores influenciam o percentual dos honorários de êxito?

Entre os principais fatores estão a quantidade de trabalho envolvido, o nível de dificuldade do caso e o montante de valores atrasados a serem recebidos pelo cliente.

4. Um advogado pode cobrar honorários superiores a 30% do valor atrasado?

Embora a legislação não estabeleça um teto fixo, percentuais muito elevados podem ser considerados antiéticos, especialmente se comprometerem o sustento do cliente após a concessão do benefício.

5. É obrigatório assinar um contrato ao contratar um advogado previdenciário?

Sim, a assinatura de um contrato é essencial para formalizar a relação entre o cliente e o advogado, definir os valores cobrados e esclarecer todas as condições do serviço.

Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto na Wikipedia.

Acesse a lei relacionada em https://www.oab.org.br/leis/estatuto-da-advocacia

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Este artigo teve a curadoria de Fábio Vieira Figueiredo. Advogado e executivo com 20 anos de experiência em Direito, Educação e Negócios. Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP, possui especializações em gestão de projetos, marketing, contratos e empreendedorismo. CEO da IURE DIGITAL, cofundador da Escola de Direito da Galícia Educação e ocupou cargos estratégicos como Presidente do Conselho de Administração da Galícia e Conselheiro na Legale Educacional S.A.. Atuou em grandes organizações como Damásio Educacional S.A., Saraiva, Rede Luiz Flávio Gomes, Cogna e Ânima Educação S.A., onde foi cofundador e CEO da EBRADI, Diretor Executivo da HSM University e Diretor de Crescimento das escolas digitais e pós-graduação. Professor universitário e autor de mais de 100 obras jurídicas, é referência em Direito, Gestão e Empreendedorismo, conectando expertise jurídica à visão estratégica para liderar negócios inovadores e sustentáveis.

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