Em pleno 2025, a Inteligência Artificial deixou de ser uma mera tendência tecnológica para se consolidar como um elemento vital no ecossistema profissional. A mensagem é clara e cada vez mais urgente: interagir com a IA não é mais um diferencial para poucos visionários, mas sim o novo oxigênio – um requisito fundamental para a relevância e progressão na carreira de qualquer profissional.
A velocidade dessa transformação é espantosa. Um exemplo contundente vem do “Work Trend Index Annual Report 2024”, uma pesquisa global da Microsoft e LinkedIn com 31.000 profissionais em 31 países, cujos dados foram amplamente divulgados, inclusive pelo Fórum Econômico Mundial. O relatório revela uma mudança sísmica nas prioridades de contratação: dois terços dos líderes empresariais entrevistados afirmaram que não contratariam um candidato sem habilidades em IA. Ainda mais revelador é que quase três quartos (aproximadamente 75%) indicaram que prefeririam contratar um candidato menos experiente, mas com habilidades em IA, a um profissional mais experiente que não as possua. (Fonte: Work Trend Index Annual Report 2024, Microsoft/LinkedIn, via Fórum Econômico Mundial – https://www.weforum.org/stories/2024/06/ai-skills-rival-job-experience-in-recruitment/).
Esses números não deixam margem para dúvidas: a familiaridade com a IA e a capacidade de alavancá-la no dia a dia profissional estão se tornando tão essenciais quanto a alfabetização digital foi há duas décadas. E isso não se restringe a especialistas em tecnologia. Profissionais de todas as áreas – líderes em ascensão gerenciando equipes, advogados buscando otimizar sua prática, consultores desenvolvendo estratégias – precisam dessa nova fluência. O mesmo estudo da Microsoft/LinkedIn apontou um aumento de 160% na procura por cursos de IA para não-especialistas nas plataformas de aprendizagem do LinkedIn nos seis meses que antecederam a publicação do relatório, evidenciando que muitos já perceberam para onde o vento sopra.
Essa nova realidade pode soar como um desafio, especialmente para profissionais mais experientes que construíram suas carreiras sobre outros pilares. No entanto, encará-la apenas como um fardo é perder de vista a imensa oportunidade que se apresenta. A “obrigatoriedade” da IA nos convida a delegar o que é automatizável e a concentrar nossa energia humana no que é verdadeiramente estratégico e diferenciador: o pensamento crítico para analisar os outputs da IA, a criatividade para inovar com base neles, a inteligência emocional para liderar em um ambiente em transformação, e a capacidade de resolver problemas complexos de formas novas.
É aqui que as Power Skills se tornam o motor que nos permite “respirar” esse novo oxigênio tecnológico. A adaptabilidade para aprender e desaprender, a curiosidade para explorar as novas ferramentas de IA, e a resiliência para navegar na incerteza são competências fundamentalmente humanas que nos permitem transformar a IA de um “requisito” em um poderoso aliado para exponencializar nosso trabalho e nossas carreiras. Este é o verdadeiro “Elo Humano da IA”.
A questão que fica para cada um de nós não é se a IA vai impactar nossa trajetória, mas como estamos nos preparando ativamente para integrar esse “oxigênio” em nossa vida profissional e usá-lo para alcançar novos patamares.
Autor: Otello Bertolozzi Neto
Cofundador e CEO da Galícia Educação, onde lidera a missão de elevar o potencial de líderes e profissionais para prosperarem na era da Inteligência Artificial. Coach executivo e Conselheiro com mais de 25 anos de experiência em negócios digitais, e-commerce e na vanguarda da inovação em educação no Brasil.
Pioneiro em streaming media no país, sua trajetória inclui passagens por gigantes da comunicação e educação como Estadão, Abril e Saraiva. Na Ânima Educação, foi peça fundamental na concepção e criação de ecossistemas digitais de aprendizagem de grande impacto, como a Escola Brasileira de Direito (EBRADI) e a HSM University, que capacitam dezenas de milhares de alunos anualmente.
Atualmente, dedica-se a explorar o “Elo Humano da IA”, investigando e compartilhando estratégias sobre como Power Skills e Human to Tech Skills são cruciais para que pessoas e organizações não apenas se adaptem, mas se destaquem em um futuro cada vez mais tecnológico.
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