Coaching: Como discordar sem desrespeitar

Quando se trata de valores importantes, a pesquisa da Gallup News de 2024 descobriu que 80% dos adultos dos EUA acreditam que os americanos estão amplamente divididos – um recorde histórico. As reuniões de fim de ano muitas vezes são o cenário para discussões que se transformam em argumentos, especialmente sobre política. Embora fosse bom se todos pudessem concordar, também é possível discordar sem ir para um lugar de desrespeito.

Comece com você mesmo

Para discordar sem cair em um lugar de desrespeito, é preciso primeiro ter uma conversa consigo mesmo. “Como você está se apresentando?”, Pergunta Jon Gordon, co-autor de “Conversas difíceis não precisam ser difíceis”. “Como você está se apresentando? O que está te impulsionando? É para fazer a diferença? É para julgar? Ou você está vindo de um lugar de apreciação e aceitação?”

Tenha cuidado se estiver compartilhando a partir de sua dor ou de sua cura. “Se você olhar para as mídias sociais agora, as pessoas estão tão machucadas que estão saindo de sua ferida em vez de sua própria cura”, diz Gordon. “Quando você está saindo de sua dor, vai ser negativo. E quando você está saindo de sua cura, vai ser positivo”.

Por exemplo, você pode reagir se sentir que não está sendo ouvido ou visto. “Isso pode estar vindo da sua dor”, diz Gordon. “Talvez você não se sentisse ouvido ou visto quando era mais jovem. Do ponto de vista da cura, porém, você pode olhar para dentro e saber que tem algo a oferecer. Você vê seu próprio valor e não está procurando que os outros o validem”.

Uma vez que você começa a reconhecer seu próprio valor, os outros também começarão a vê-lo, diz Gordon. “Você terá uma totalidade e integridade mais poderosas”, diz ele. “A palavra ‘integridade’ vem da palavra ‘número inteiro’, o que significa inteiro e completo. Quando você se sente conectado consigo mesmo, você tem mais confiança e coragem, em vez de se sentir separado e desconectado, onde se sente impotente”.

Reconheça os outros

Uma vez que você entende como está projetando e como se move em direção aos outros, mude sua mentalidade para reconhecer que uma opinião diferente é uma pessoa, não apenas um ponto de vista.

“Pode ser que você discorde e até pense que a opinião deles é um lixo”, diz Gordon. “Mas você pode valorizar a pessoa e a intenção de onde veio a idéia dela”.

Gordon chama de “ego pequeno, grande missão”. “Seu ego é menor do que a missão e o trabalho que queremos fazer juntos”, explica. “Existimos para realizar algo grande juntos. Pode ser no mundo dos negócios ou na amizade”.

Reconhecer os outros significa sempre colocar as coisas mais importantes em primeiro lugar. “A raiz grega da palavra ‘ansioso’ significa separar e dividir”, diz Gordon. “Quando você se sente desconectado, age de maneiras que se concentram na auto-preservação. O objetivo é voltar para a conexão e o relacionamento. Quanto mais você entra em seu sistema para valorizar e respeitar os outros – sabendo que aquela pessoa importa -, mais abertamente você pode ver o mundo e seguir em frente”.

Siga as regras de engajamento

Conversas difíceis não precisam ser difíceis se houver regras de engajamento, diz Gordon. Por exemplo, entre em uma discussão focando no respeito e no relacionamento.

“Respeitar a pessoa e o relacionamento é importante, mas isso não significa que você não deve falar o que pensa e compartilhar como se sente”, diz ele. “Quando você o faz, porém, fale sua verdade com amor. Diga sua verdade, mas de forma construtiva”.

Por exemplo, você pode dizer: “Eu valorizo você. Eu aprecio você. E reconheço tudo o que você oferece. Só discordo da sua opinião sobre isso. Eu tenho uma maneira diferente de pensar e aqui está o porquê eu penso assim”.

Uma vez que você compartilhar seu motivo e a substância e intenção por trás dele, reconheça a outra pessoa e o que ela acredita. Sua verdade pode ser diferente da sua e entender como ela chegou a sua opinião pode ajudá-lo a entender por que ela acredita no que acredita.

Você pode controlar como reage e responde, mas não pode controlar a outra pessoa. Em algum momento, ela tem uma escolha. Ela pode assumir uma intenção positiva com você e apreciar que você tem uma opinião diferente. Ou ela poderia discutir e tentar convencê-lo a ir para o lado dela.

“Não é todo mundo que vai concordar com você”, diz Gordon. “Muitas vezes, queremos convencer um ao outro em vez de ouvir e ouvir um ao outro. Vamos não tentar convencer um ao outro o tempo todo. Vamos também nos ouvir. Vamos entender por que as pessoas se sentem da maneira como se sentem”.

“Concordar em discordar” pode parecer trivial, mas quando você compartilha sua verdade e, fundamentalmente, vê um tópico de forma diferente, é o que você tem que fazer às vezes, diz Gordon. “As pessoas estão mais ansiosas e desconectadas do que nunca”, diz ele. “Tudo se resume à unidade e à separação. E, no coração dessa conversa difícil, o objetivo é trazer você de volta à conexão e à unidade”.

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Este artigo teve a curadoria de Otello Bertolozzi Neto. Cofundador e CEO da Galícia Educação. Coach profissional e executivo com larga experiência no mundo digital e mais de 20 anos em negócios online. Um dos pioneiros em streaming media no país. Com passagens por grandes companhias como Estadão, Abril, e Saraiva. Na Ânima Educação, ajudou a criar a Escola Brasileira de Direito e a HSM University dentre outras escolas digitais que formam dezenas de milhares de alunos todos os anos.